A Receita Federal identificou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) movimentou R$ 52 bilhões em um esquema de lavagem de dinheiro estruturado em dez estados. Segundo o órgão, a facção utilizava fundos de investimentos e uma vasta rede de postos de combustíveis para dar aparência legal a recursos ilícitos.
As investigações apontam que ao menos 40 fundos multimercado e imobiliários, com patrimônio de R$ 30 bilhões, eram operados pelo grupo, muitos deles a partir do mercado financeiro da Avenida Faria Lima, em São Paulo. Os recursos abasteceram a compra de quatro usinas de álcool, mais de 1.600 caminhões, 100 imóveis e seis fazendas, além de propriedades de luxo.
Um dos instrumentos do esquema foi uma fintech ligada à facção, que movimentou sozinha R$ 46 bilhões em transações sem rastreamento, operando como um verdadeiro banco paralelo. Já a rede de postos, que somava mais de mil unidades, era usada tanto para receber valores em espécie quanto para emitir notas fiscais falsas, mascarando as operações financeiras.
De acordo com a Receita, os auditores já autuaram os estabelecimentos em R$ 891 milhões. Também foram identificados cerca de 140 postos de fachada, criados exclusivamente para simular negócios milionários.