O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (6), após menos de 30 dias no comando do governo. A saída foi confirmada pelo Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, e aceita pelo presidente Emmanuel Macron. Lecornu havia assumido a chefia do governo em setembro com a missão de conter a instabilidade política no país.
A renúncia ocorreu poucas horas após o anúncio de uma nova composição ministerial que trabalharia sob sua liderança. Lecornu atribuiu sua decisão à resistência dos partidos políticos, que, segundo ele, estariam priorizando interesses próprios em detrimento do bem nacional. A saída marca mais um capítulo de crise para o segundo mandato de Macron, que já passou por cinco primeiros-ministros desde 2022.
A instabilidade política é reflexo direto da grave crise econômica enfrentada pela França, uma das nações mais endividadas da União Europeia em valores absolutos. Após a renúncia, o cenário político se agravou com pedidos de dissolução do Parlamento, novas eleições legislativas e até uma moção de impeachment contra o presidente francês, apresentada por membros da oposição.
Com a saída de Lecornu, Macron agora precisa decidir entre três caminhos: nomear um novo primeiro-ministro, dissolver a Assembleia Nacional para convocar eleições legislativas, ou, ainda, renunciar ao cargo, algo que ele tem reiteradamente descartado. O impasse político ocorre em um momento de crescente apoio a partidos de oposição, tanto à esquerda quanto à direita, o que pode redesenhar o equilíbrio de poder na França.






