O partido de Jair Bolsonaro (PL) conseguiu as 257 assinaturas necessárias para pedir urgência na votação do projeto que anistia envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Com 262 apoios, a proposta agora depende do aval do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que já sinalizou resistência em pautar temas que possam gerar “crises institucionais”.
Apesar do sucesso na coleta de assinaturas, a estratégia enfrenta obstáculos. Motta, atualmente de férias até 22 de abril, deixou o comando para o vice Altineu Cortes (PL-RJ), aliado de Bolsonaro. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, admitiu pressa em protocolar o pedido após a desistência de alguns deputados, como Helena Lima (MDB-RR). Caso aprovada a urgência, a Câmara teria 45 dias para votar a matéria.
O cenário permanece incerto: mais de mil requerimentos de urgência aguardam votação desde 2010, e o governo poderia barrar o processo com um novo pedido de 162 assinaturas. A discussão ocorre em meio à tensão política, com o PL buscando acelerar a proposta enquanto a oposição alerta para os riscos de revisão de um episódio classificado como tentativa de golpe.