O governo federal anunciou a suspensão imediata dos descontos feitos por entidades associativas diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS. A medida ocorre após a descoberta de uma possível fraude bilionária que pode ter afetado até 6 milhões de beneficiários. A Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que os repasses feitos sem autorização clara dos segurados somam, até agora, cerca de R$ 2 bilhões bloqueados, com uma estimativa total que pode chegar a R$ 6,3 bilhões em valores descontados desde 2019.
A suspensão dos descontos será efetivada já nos contracheques de maio, e um plano de devolução está sendo estruturado pelo INSS. Segundo o órgão, todas as parcelas cobradas de forma indevida serão ressarcidas aos beneficiários, embora o formato do reembolso ainda dependa da finalização das investigações. O governo enfatiza que os aposentados não precisam procurar agências do INSS, pois a devolução será feita de forma automática, após apuração completa do caso.
A revelação da fraude levou à queda do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, em meio a uma operação da Polícia Federal com mandados de busca e apreensão. Pelo menos 11 entidades são investigadas por aplicar descontos sem autorização, e a prática teria se intensificado nos últimos anos. A CGU afirmou que, após a apuração, apenas associações avaliadas e autorizadas poderão voltar a descontar valores — desde que com consentimento claro dos beneficiários.