O governo federal começou a remover indicados de cargos federais ligados a deputados que votaram contra a administração na derrubada da medida provisória (MP) 1303. Segundo auxiliares do Palácio do Planalto, a medida visa reorganizar a base aliada, transferindo cargos de quem se posiciona de forma contrária ao governo para parlamentares fiéis.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, recebeu aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para coordenar a reorganização. Segundo a pasta, não há espaço para manter no governo deputados que votam sistematicamente contra o Planalto, e a ação não deve ser considerada retaliação, mas sim um ajuste da base.
Entre os já afetados estão aliados de partidos como PP, PSD, PL, MDB e Podemos. Cargos na Caixa Econômica Federal, no Ministério da Agricultura e no Iphan foram realocados, incluindo superintendências e vice-presidências que estavam nas mãos de parlamentares contrários ao governo. Auxiliares garantem que as demissões não prejudicam a governabilidade, já que os políticos removidos de cargos não integravam a base de apoio às medidas do Planalto.
O teste da reorganização ocorrerá nesta quinta-feira, com a votação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias no Congresso Nacional. O governo calcula ter uma base segura de 190 votos, mas precisará buscar apoio de outros deputados, usando a redistribuição de cargos como instrumento para garantir a aprovação de medidas provisórias e projetos de lei.