Mais de duas décadas após participar da prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, em 1999, o então delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, esteve novamente à frente de uma operação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). Em 2020, ele coordenou a criação de uma força-tarefa com 600 agentes para localizar e capturar André Oliveira Macedo, o André do Rap, considerado um dos principais líderes da facção criminosa.
A atuação de Ruy no combate ao crime organizado marcou sua trajetória. Foi durante sua gestão que André do Rap passou a integrar a lista dos criminosos mais procurados da Polícia Civil paulista e, posteriormente, também a relação de foragidos da Interpol, a pedido da Polícia Federal. Diferente de Marcola, que cumpre pena na Penitenciária Federal de Brasília, André do Rap continua foragido.
Na última segunda-feira (15), Ruy, já aposentado e atuando como secretário de Administração de Praia Grande, foi assassinado a tiros no litoral paulista. As câmeras de segurança registraram a execução, e os suspeitos fugiram. A principal linha de investigação considera que o crime pode ter ligação com sua trajetória de enfrentamento ao PCC, embora outras hipóteses também estejam em análise.
Segundo o Ministério Público, um dos suspeitos já esteve em ala prisional controlada pela facção, mas até o momento não há confirmação de envolvimento direto de Marcola, André do Rap ou outros líderes. Ruy esteve à frente da Polícia Civil entre 2019 e 2022 e, nesse período, reforçou a atuação contra o PCC, organização criminosa criada em 1993 e que, desde então, consolidou-se como a maior do país.