O Supremo Tribunal Federal (STF) terá a partir da próxima terça-feira (2) um dos julgamentos mais aguardados dos últimos anos: o processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete ex-auxiliares acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de montar uma organização criminosa para tentar impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
O interesse em torno do caso é inédito. Segundo o STF, 501 jornalistas de diversos veículos já estão credenciados para acompanhar as sessões. Além disso, 3.357 pessoas se inscreveram para assistir presencialmente ao julgamento, que deve se estender pelos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. Para o público, foram reservados 150 assentos no plenário da Segunda Turma. Já a imprensa terá 80 lugares disponíveis na sala da Primeira Turma, onde ocorrerá o julgamento.
Diante da repercussão e da tensão política, o Supremo reforçou o esquema de segurança. A Praça dos Três Poderes será fechada pela Polícia Militar do Distrito Federal já na segunda (1º), e na terça haverá tropa de choque, Bope e equipes do Comando de Operações Táticas. O acesso ao prédio será controlado com detectores de metais, além da presença de policiais judiciais de outros tribunais.
Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar por decisão do relator Alexandre de Moraes, ainda não confirmou se comparecerá. Enquanto isso, a repercussão internacional cresce: Donald Trump anunciou sanções e um tarifaço contra o Brasil, associando a medida ao julgamento, e a revista The Economist destacou que o país estaria dando uma “lição aos Estados Unidos” ao processar seus líderes por tentativa de golpe.
