Imagens do ex-presidente Jair Bolsonaro durante manifestações no último domingo (3) foram incluídas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na decisão que determinou sua prisão domiciliar. Segundo Moraes, o material divulgado por aliados e familiares comprova o descumprimento de medidas cautelares impostas ao ex-presidente.
Em decisão assinada nesta segunda-feira (4), o ministro afirma que Bolsonaro violou as determinações estabelecidas em 17 de julho, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de utilizar redes sociais, ainda que por meio de terceiros. De acordo com Moraes, o ex-presidente continuou se comunicando com o público por meio de vídeos, áudios e aparições públicas.
As publicações teriam ocorrido durante os atos em apoio a Bolsonaro, promovidos por seus filhos e apoiadores, com registros visuais do ex-presidente sendo amplamente compartilhados nas redes. Para Moraes, a conduta de Bolsonaro caracteriza tentativa de obstrução da Justiça e pressão contra o STF.
Com a decisão, Bolsonaro deverá permanecer em prisão domiciliar em Brasília, sem poder receber visitas que não estejam autorizadas pelo Supremo. O uso de celular está proibido, e foi determinada a apreensão de quaisquer aparelhos eletrônicos em sua posse. “Não há dúvida de que houve o descumprimento da medida cautelar (…) com claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal”, escreveu Moraes.
