A Polícia Federal investiga se agentes da antiga KGB, ainda durante os últimos anos da União Soviética, registraram certidões de nascimento falsas no Brasil com o objetivo de que futuras gerações de espiões russos pudessem usá-las décadas depois. A hipótese surgiu após a PF descobrir uma operação de espionagem do Kremlin no país e encontrar documentos aparentemente legítimos, mas ligados a identidades fictícias.
Laudos periciais indicaram que as certidões não foram falsificadas recentemente nem inseridas de forma irregular nos cartórios, o que levou os investigadores a considerar a possibilidade de que os registros sejam autênticos e antigos — criados como parte de uma estratégia de longo prazo da inteligência russa. A prática, segundo especialistas, combina com o estilo meticuloso e visionário da espionagem soviética, que priorizava planejamento generacional.
Apesar da teoria audaciosa, não há registros de iniciativas semelhantes em outras operações da história russa. Investigadores brasileiros ainda tratam a hipótese com cautela, e as certidões estão sob sigilo por determinação da Justiça. A apuração segue em andamento, com apoio de serviços de inteligência internacionais.