CEI das invasões em Natal recebe secretário de Finanças e delegado da PC-RN

Em sua quarta reunião ordinária, a Comissão Especial de Inquérito (CEI) ouviu nesta quarta-feira (14), o secretário municipal de Finanças (SEFIN), Marcelo Augusto Oliveira, e o delegado da Polícia Civil, Marcos Vinícius. Os dois compareceram como convidados e responderam às perguntas dos parlamentares que compõem o colegiado. Instalada na Câmara Municipal de Natal, a comissão investiga invasões a propriedades privadas, especialmente estabelecimentos comerciais na capital potiguar.

Segundo o secretário Marcelo Oliveira, a legislação oferece uma série de requisitos que definem a situação de uma propriedade. “Muitas vezes o imóvel está desocupado, mas não abandonado. Existem terrenos que não possuem nenhuma utilidade, porém, o dono cumpre religiosamente todas as obrigações tributárias com a Prefeitura. Portanto, não podemos dizer que o local está em situação de abandono”, pontuou.

“O Estatuto da Cidade indica que o município faça o parcelamento ou proponha um projeto para grandes espaços que não estão sendo utilizados. Depois de um ano, se a pessoa não aceitou parcelar nem realizou qualquer projeto no local, podemos avançar para o IPTU progressivo, haja vista que o proprietário não está querendo dar uma destinação para a propriedade. Porque se o Poder Público chamou o proprietário para conversar, propôs alternativas para aproveitar o espaço e ele não aceita, faz-se necessário um instrumento mais forte de tributação para fazê-lo pensar se é melhor pagar um IPTU mais alto, vender ou dar uma destinação ao imóvel”, completou.

Logo depois, foi a vez do delegado Marcos Vinícius explicar como a Polícia Civil trabalha para coibir e prevenir invasões a propriedades privadas na cidade. “Em nossos registros, temos 26 ocorrências desse tipo em Natal de 2018 para cá. Desse total, 18 foram registradas em apenas três bairros: Cidade Alta, Alecrim e Tirol. Isso representa quase 70% das ocorrências nos últimos sete anos. Então, as delegacias que trabalham nestes bairros realizam um monitoramento constante do cenário. Caso venha a acontecer algo, instaura-se um inquérito policial para apurar o fato delituoso”.

O vereador Daniel Valença (PT) observou que o Imposto Progressivo, previsto no Plano Diretor, não está sendo aplicado. “O próprio secretário de Finanças disse isso em sua fala. Trata-se de um mecanismo da política urbana para garantir que as propriedades cumpram suas funções sociais. Ou seja, a gente precisa certificar que as áreas centrais sejam ocupadas pelas pessoas. E quem não ocupa e transforma esses espaços em áreas de especulação para lucrar em cima do conjunto da cidade, deve arcar com mais tributos por causa disso. Em tempo: continuo afirmando que o objetivo disso tudo é criminalizar os movimentos sociais e punir as pessoas que estão lutando por moradia para quem precisa”.

Por sua vez, o vereador Matheus Faustino (União Brasil) lembrou que a Constituição Federal estabelece o direito à propriedade privada desde que ela cumpra função social. “Todavia, quem define se a propriedade cumpre função social ou não é a Justiça. Agora, vamos imaginar um imóvel com cinco anos de IPTU atrasado: qual incentivo o proprietário terá para negociar essa dívida se tem um bando de “revolucionários” ocupando o imóvel dele? Nenhum. Perguntei ao secretário de Finanças se houve da parte  desses movimentos mutirões a fim de negociar o IPTU atrasado de alguma propriedade para efetuar a aquisição. Também não houve.O que acontece aqui? Eles tentam se apropriar do que é dos outros”.

Ao final da reunião, o presidente da CEI, vereador Subtenente Eliabe (PL), disse que movimentos sociais não têm competência para definir se um imóvel tem ou não tem função social. “Quem vai realmente estabelecer isso é o Poder Público. A gente sabe que as invasões estão ocorrendo, por exemplo, em supermercados e shopping centers. Dito isso, se eles argumentam que as invasões acontecem apenas em estabelecimentos que não cumprem função social, por que invadem um supermercado em pleno funcionamento, com pessoas trabalhando e a população frequentando? Inclusive temos relatos de proprietários que essas invasões causam pânico e, principalmente, prejuízo ao comércio”.

Related Posts:

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias Populares

Receba as melhores notícias no seu e-mail!

RECEBA NOSSA NEWS

As melhores noticias da semana no Rio Grande do Norte na palma de suas mãos

Parabéns, você ativou as nossas newslatter Por favor, contate nossao whtasapp

Categorias

    Edit Template

    O seu site de notícias do Rio Grande do Norte!

    © 2025 Direitor Autorais Reservados