O ex-presidente Fernando Collor foi transferido para o regime de prisão domiciliar e irá cumprir a pena em uma cobertura de seiscentos metros quadrados na orla de Maceió, avaliada em nove milhões de reais pela Justiça. O imóvel, localizado no bairro de Ponta Verde, foi alvo de polêmica após revelações de que Collor declarou seu valor como um milhão e oitocentos mil reais em dois mil e dezoito, mas omitiu o bem em sua declaração de dois mil e vinte e dois.
A decisão pela prisão domiciliar foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que considerou a idade (setenta e quatro anos) e as condições de saúde do ex-presidente. Collor terá que usar tornozeleira eletrônica, não poderá receber visitas não autorizadas e terá o passaporte suspenso. Ele foi condenado a oito anos e dez meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso da BR Distribuidora.
A situação, no entanto, reacendeu críticas sobre a desigualdade no sistema penal brasileiro. Enquanto Collor cumpre a pena em um apartamento de luxo, presos comuns enfrentam superlotação e condições precárias nas cadeias do país. A discrepância entre o valor declarado e o avaliado pela Justiça também levanta questionamentos sobre possível omissão de patrimônio.