O presidente americano Donald Trump afirmou neste domingo que a China recuou de um acordo preliminar sobre a venda do TikTok devido às novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Em declarações a bordo do Air Force One, Trump sugeriu que Pequim abandonou as negociações após Washington anunciar tarifas de 34% sobre todas as importações chinesas na semana passada. “Se eu concedesse um pequeno desconto nas tarifas, eles aprovariam esse acordo em 15 minutos”, declarou, destacando a pressão econômica sobre a China.
Extensão do prazo e impasse
Um dia após anunciar as tarifas, Trump estendeu em 75 dias o prazo para que o TikTok encontre um comprador americano ou enfrente banimento nos EUA. O aplicativo, propriedade da chinesa ByteDance, tem mais de 170 milhões de usuários no país e opera sob a ameaça de uma lei que exige sua dissociação da matriz chinesa. A ByteDance confirmou negociações em andamento, mas ressaltou que qualquer acordo precisará de aprovação sob as leis chinesas — um obstáculo adicional ao processo.
Jogo de poder geopolítico
O episódio revela a complexidade da disputa tecnológica e comercial entre as duas potências. Enquanto Trump usa as tarifas como alavanca, a China demonstra resistência em ceder o controle de uma de suas principais plataformas globais. Analistas veem o TikTok como peça em um tabuleiro maior, onde questões de segurança nacional, protecionismo tecnológico e rivalidade econômica se entrelaçam. Sem consenso, o futuro do aplicativo permanece incerto, com usuários e investidores à espera de um desfecho que pode redefinir as regras do comércio digital.