A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta quarta-feira (25) o homem apontado como novo tesoureiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Conhecido como “Barba”, ele foi detido em um apartamento de alto padrão no bairro do Morumbi, na capital paulista. Segundo as investigações, ele ganhava até R$ 150 mil por dia com o tráfico de drogas e lavava o dinheiro do crime com bens de luxo. No momento da prisão, ele estava com a esposa e os quatro filhos pequenos e não ofereceu resistência.
Barba assumiu o posto de tesoureiro da facção após a morte de Alexsandro Roberto Pereira, o “Palito”, assassinado em novembro de 2024. Desde então, passou a ostentar um estilo de vida incompatível com sua renda declarada: circulava com carros como BMW, Range Rover Evoque e, mais recentemente, um Tesla — todos avaliados em mais de R$ 300 mil. Segundo o delegado Rivau, o suspeito saiu de uma comunidade carente para morar em um dos bairros mais caros da cidade, o que reforça os indícios de lavagem de dinheiro.
A prisão ocorreu durante uma operação do Deinter-6, que abrange 24 cidades do interior paulista, com foco no combate ao crime organizado na Baixada Santista e no Vale do Ribeira. Em menos de 48 horas, foram cumpridos 68 mandados de busca e apreensão, 29 de prisão e realizadas 36 prisões em flagrante, além da apreensão de 78 kg de drogas, 36 veículos e quatro armas de fogo.
A ofensiva policial também revelou outros crimes associados à facção. Em Santos, foi identificado um desmanche de motos em frente ao Cemitério do Paquetá, e, em Cubatão, uma mulher foi presa por levar o próprio irmão ao chamado “Tribunal do Crime”, instância de julgamento paralelo operado pelo PCC. A operação mobilizou inteligência policial e equipes especializadas durante cerca de um mês de investigação.