A Polícia Federal desarticulou um esquema criminoso que desviava recursos de programas sociais por meio de fraudes digitais e cooptação de funcionários da Caixa Econômica Federal. O grupo agiu durante pelo menos cinco anos, usando artifícios que iam desde disfarces até manipulação de sistemas internos, o que permitia o acesso indevido ao dinheiro de milhares de beneficiários de baixa renda.
As investigações identificaram Felipe Quaresma Couto como líder da quadrilha. Monitorado desde 2022, ele já cometia crimes desde 2020 e acabou preso em um bar onde trabalhava. O esquema envolvia pagamentos de propina a funcionários da Caixa e de casas lotéricas, chegando a ultrapassar R$ 300 mil em apenas um dos casos descobertos pela PF.
O golpe funcionava com a alteração de cadastros no aplicativo Caixa Tem. Dados originais de beneficiários eram apagados e substituídos por informações falsas, mantendo o mesmo CPF, nome e data de nascimento. Dessa forma, o dinheiro de auxílios como Bolsa Família, FGTS e abono salarial era desviado para contas controladas pelo grupo. As vítimas, em sua maioria de baixa renda, ficavam sem acesso aos recursos e precisavam acionar a Caixa para contestar a fraude.
Para burlar o reconhecimento facial do sistema, os criminosos usavam fotografias manipuladas por inteligência artificial, além de recorrerem a disfarces como perucas, maquiagem e alterações no corte de cabelo. Também recrutavam pessoas em situação de vulnerabilidade social para fornecer imagens que eram usadas na criação de perfis falsos. A investigação aponta que o esquema teve grande impacto social, prejudicando famílias que dependiam diretamente dos benefícios assistenciais.