Sob forte pressão de empresários e diplomatas, os Estados Unidos decidiram postergar a entrada em vigor do tarifaço que afetaria as exportações brasileiras e anunciaram uma lista com quase 700 produtos que ficarão temporariamente isentos da nova taxa de 50%. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, adia a aplicação das sobretaxas de 1º para 6 de agosto e evita prejuízos imediatos para setores-chave da economia.
A lista de isenções inclui itens como celulose, fertilizantes, combustíveis fósseis, derivados metálicos e peças da aviação civil — produtos considerados essenciais tanto para o Brasil quanto para cadeias produtivas americanas. Esses continuarão sendo tarifados com os 10% já em vigor desde abril, mas não sofrerão o aumento adicional neste momento.
Ficaram de fora, no entanto, produtos de peso como carne bovina e café, cuja exportação aos EUA representa parte importante da balança comercial brasileira. Com isso, entidades do setor agropecuário manifestaram preocupação e pediram ação rápida do Itamaraty para reverter os impactos que a tarifa pode gerar.
Em viagem a Washington, o chanceler Mauro Vieira classificou a atitude do governo americano como uma tentativa inaceitável de interferência nos assuntos internos do Brasil. Trump associou a imposição das tarifas ao processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o que elevou o tom das críticas diplomáticas. Vieira reforçou que o sistema de justiça brasileiro é autônomo e não se submete a pressões externas.