Uma operação policial em Manaus apreendeu cerca de 40 quilos de uma versão modificada de cocaína conhecida como “cocaína negra”, desenvolvida para não ser identificada por cães farejadores ou testes químicos iniciais. O material estava escondido em fundos falsos de móveis e quadros dentro de uma mansão localizada em um bairro de alto padrão.
A residência já era monitorada por equipes de investigação por suspeita de servir como ponto de armazenamento e distribuição de drogas. Em uma ação anterior, ocorrida em outubro, policiais haviam encontrado 16 quilos de cocaína tradicional e um caderno com anotações que apontavam para a existência de outros carregamentos escondidos na casa.
Mesmo com o uso de cães farejadores, nada foi localizado de imediato. Os agentes decidiram realizar buscas minuciosas nos móveis, onde encontraram compartimentos ocultos contendo o entorpecente. De acordo com a perícia, a droga havia sido misturada a carvão ativado e substâncias que alteram sua cor e cheiro, dificultando completamente a identificação por métodos convencionais. Esses processos elevam significativamente o valor do produto, que pode custar até dez vezes mais do que a forma comum.
As investigações indicam que o carregamento teria vindo do Peru e seguiria para a Austrália. A polícia prendeu dois caseiros que trabalhavam no imóvel, ambos de nacionalidade peruana. A proprietária, também peruana, não estava no Brasil no momento da ação e afirmou, por meio de nota pública, estar à disposição das autoridades para colaborar com o caso.






