Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter reafirmado nos últimos dias que pretende disputar um quarto mandato em 2026, lideranças do PL, partido de Jair Bolsonaro, enxergam um cenário no qual o petista poderia desistir da corrida presidencial: a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Entre os aliados de Bolsonaro, a avaliação é de que Tarcísio seria o único nome da direita com força suficiente para unir governadores e partidos do campo conservador, tornando-se um adversário competitivo a ponto de desestimular Lula a entrar na disputa. Eles apostam que líderes como Romeu Zema (MG), Ratinho Júnior (PR) e Ronaldo Caiado (GO) abririam mão de suas próprias pré-candidaturas para apoiar o paulista, inclusive compondo sua equipe em caso de vitória.
No entorno do presidente Lula, porém, a percepção é oposta. Ministros e interlocutores do governo consideram remota a possibilidade de Tarcísio deixar a disputa pelo governo de São Paulo, onde sua reeleição é vista como provável. Avaliam, ainda, que uma derrota para Lula em 2026 poderia comprometer o futuro político do governador, prejudicando seu capital eleitoral a longo prazo.
Enquanto Lula reforça publicamente que pretende ser o primeiro presidente a se eleger quatro vezes, o PL projeta uma união da direita em torno de Tarcísio como a única chance real de alterar esse rumo. A movimentação do campo bolsonarista nos bastidores, portanto, segue intensa, em busca de viabilidade política e apoio partidário para o projeto.