A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por tentativa de interferência no julgamento das investigações sobre o 8 de janeiro. O pastor Silas Malafaia também foi alvo da operação, teve celular e passaporte apreendidos, mas não foi indiciado.
Mensagens recuperadas dos celulares de Bolsonaro mostram que ele cogitou pedir asilo político na Argentina, alegando perseguição. Já Eduardo articulava nos Estados Unidos uma “anistia light” para blindar o pai de uma eventual condenação no Supremo Tribunal Federal (STF), com apoio internacional, especialmente do ex-presidente Donald Trump.
Segundo a PF, Malafaia atuava como articulador digital, incentivando Bolsonaro a descumprir restrições impostas pelo STF e pressionando parlamentares e ministros da Corte. Alexandre de Moraes apontou fortes evidências de que o pastor integrava a “empreitada criminosa orquestrada” em defesa do ex-presidente.
As mensagens também expuseram conflitos internos. Em um dos diálogos, Eduardo xingou o pai após declarações sobre sua relação com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O episódio reforça, segundo a PF, o clima de tensão nas articulações para evitar responsabilização de Jair Bolsonaro.