A Polícia Federal realizou, nesta terça-feira (2), uma operação contra suspeitos de integrar um grupo responsável por ataques cibernéticos direcionados a deputados federais que apoiam o projeto que equipara aborto praticado após 22 semanas ao crime de homicídio. Segundo a investigação, os ataques tinham como alvo sites institucionais usados pelos parlamentares para divulgação de informações e atividades legislativas.
Os agentes cumpriram dois mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP) e Curitiba (PR), com apoio de autoridades estrangeiras por meio de cooperação internacional. A PF apontou que as ações do grupo causaram instabilidade e interrupções nos canais digitais de deputados, dificultando a comunicação pública dos gabinetes.
Além dos parlamentares Bia Kicis, Alexandre Ramagem e Paulo Bilynskyj, outros deputados relataram ter sofrido ataques semelhantes durante o período de discussão do projeto. Entre eles, estão Eduardo Bolsonaro, Júlia Zanatta, Greyce Elias e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante. Os episódios ocorreram enquanto o tema gerava intensa movimentação política e social.
O projeto de lei em questão prevê que abortos realizados após 22 semanas sejam classificados como homicídio simples, com pena de seis a vinte anos de prisão. A proposta não altera exceções já previstas em lei, como anencefalia e risco à vida da gestante. A tramitação foi suspensa após forte pressão popular, e o debate deveria ser retomado em comissão específica, mas não avançou na atual gestão da Câmara.






