Uma força-tarefa deflagrada nesta quinta-feira (27) apura um amplo esquema de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro envolvendo a Refit, refinaria com sede no Rio de Janeiro. Segundo os órgãos participantes, a estrutura fraudulenta atuava desde a importação de combustíveis até a venda nos postos, provocando prejuízos bilionários aos cofres públicos. As ações ocorreram em cinco estados e no Distrito Federal.
De acordo com as investigações, o grupo movimentou cerca de R$ 70 bilhões em um ano por meio de importadoras, fundos de investimento e empresas no exterior usadas para esconder lucros e dificultar o rastreamento. O modelo envolvia a classificação irregular de combustíveis, ausência de comprovação de processos de refino e uso de aditivos não autorizados, o que já havia motivado fiscalizações e interdições anteriores da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
A Receita Federal identificou que a sonegação também se estendia às etapas de formulação, distribuição e comercialização nos postos de gasolina. Parte do dinheiro obtido ilegalmente era direcionada para empresas e fundos, alguns sediados em paraísos fiscais, com sucessivas trocas de sócios para impedir o rastreio. As autoridades estimam que cerca de 50 fundos estejam ligados ao grupo, somando bilhões em patrimônio.
Como resultado das apurações, órgãos de recuperação de ativos conseguiram bloquear aproximadamente R$ 10 bilhões relacionados aos investigados. A refinaria teve operações interrompidas em outras ocasiões por determinação judicial e afirma, em nota pública divulgada anteriormente, que cumpre as exigências regulatórias e nega envolvimento em práticas ilegais. A empresa não apresentou novo posicionamento nesta quinta-feira.






