O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes solicitou, nesta segunda-feira (25), que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste em até cinco dias sobre o pedido de reforço no policiamento ostensivo e discreto na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O despacho foi emitido no âmbito da ação penal que apura a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O pedido inicial partiu do líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), que acionou a Polícia Federal. O documento, assinado pelo diretor-geral Andrei Rodrigues, foi encaminhado a Moraes e solicita monitoramento constante do sistema de vigilância, além de policiamento imediato na residência de Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, sob uso de tornozeleira eletrônica.
No ofício, a PF menciona informações sobre risco de fuga do ex-presidente, destacando a possibilidade de ele tentar se refugiar na Embaixada dos Estados Unidos, localizada a poucos minutos de sua casa em Brasília, para posteriormente solicitar asilo político. Para os investigadores, esse cenário poderia frustrar a aplicação da lei penal e comprometer a eficácia das medidas judiciais já impostas.
Bolsonaro tem restrições rígidas impostas pela Justiça: só pode receber visitas de familiares e advogados, mediante autorização judicial. Na semana passada, ele e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) foram indiciados pela PF sob acusação de coação no curso do processo. O julgamento da ação que apura a tentativa de golpe está marcado para o próximo dia 2 de setembro, na Primeira Turma do STF.