O ministro da Educação, Camilo Santana, manifestou apoio à regulação das mensalidades de cursos de medicina em faculdades privadas, apontando a necessidade de um novo instituto no MEC para estabelecer regras mais claras. Segundo Santana, há uma discrepância significativa nos valores cobrados, com instituições exigindo até R$ 15 mil por mês, enquanto outras cobram quase a metade desse valor. O ministro defendeu uma revisão desse cenário para evitar abusos no setor.
Atualmente, universidades privadas têm autonomia para definir os preços das mensalidades, desde que os reajustes sejam justificados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). No entanto, estudantes enfrentam dificuldades, especialmente aqueles que utilizam o Fies Social. O programa deveria cobrir integralmente os custos para alunos de baixa renda, mas impõe um teto de R$ 10 mil, obrigando muitos a arcar com valores adicionais elevados, inviabilizando a permanência no curso.
Casos como o de Ana Silva, estudante de medicina em Salvador, evidenciam o problema. Com renda familiar inferior a R$ 800, ela precisou pagar R$ 2.553,60 de julho a dezembro de 2024, valor que subiu para R$ 4.037 em 2025 após reajuste da instituição. Sem condições de arcar com os custos, Ana precisou trancar o curso. Apesar das discussões sobre um possível aumento do teto do Fies Social, o ministro indicou que, por enquanto, essa medida não será adotada.