A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid revelou que ele e seu pai, o general Lourena Cid, repassaram US$ 78 mil (cerca de R$ 445 mil) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre 2022 e 2023, após a venda de joias. Os pagamentos ocorreram em quatro ocasiões, de forma direta ou por meio de assessores:
- Junho de 2022: US$ 18 mil (R$ 103 mil) entregues por Mauro Cid no Brasil.
- Setembro de 2022: US$ 30 mil (R$ 171 mil) entregues por Lourena Cid em Nova York.
- Final de 2022: US$ 10 mil (R$ 57 mil) entregues por Lourena Cid no Brasil.
- Fevereiro de 2023: US$ 20 mil (R$ 114 mil) entregues por Lourena Cid a Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro, em Miami.
O dinheiro veio da venda de joias recebidas por Bolsonaro nos Estados Unidos. A delação foi homologada pela Polícia Federal e teve o sigilo derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro foi indiciado em julho de 2024 no inquérito das joias e é suspeito de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O ex-presidente nega as acusações. O caso começou a ser investigado em março de 2023, quando um conjunto de joias sauditas avaliadas em R$ 5,1 milhões foi apreendido no Aeroporto de Guarulhos por não ter sido declarado como presente oficial nem ter os impostos pagos.