O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou, nesta quinta-feira (20), a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. A escolha, confirmada pelo Palácio do Planalto, mantém a linha adotada pelo governo de priorizar nomes de confiança e alinhamento político nas nomeações para a Corte.
A indicação ocorre em meio a um ambiente de tensão no Senado, especialmente após a recondução apertada do procurador-geral da República, Paulo Gonet, aprovada por apenas quatro votos acima do mínimo necessário. Nos bastidores, a articulação para garantir apoio a Messias já começou, uma vez que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, tinha preferência pelo nome do senador Rodrigo Pacheco para a vaga. Apesar disso, o governo avalia que não haverá grandes obstáculos para a aprovação do advogado-geral.
Aliado histórico dos governos petistas e afilhado político de Dilma Rousseff, Messias se consolidou como uma figura central na articulação jurídica e política da gestão Lula. À frente da AGU, assumiu papel de interlocutor direto entre o governo e o Supremo, aproximando Lula de ministros como Barroso, Cristiano Zanin, Nunes Marques e André Mendonça. A lealdade demonstrada ao longo dos anos e o trânsito que construiu na Corte foram fatores decisivos na escolha.
Único ministro evangélico do governo Lula, Jorge Messias tem sido peça-chave na tentativa de melhorar o diálogo do Planalto com o segmento religioso, onde o presidente enfrenta maior resistência. A participação em Marchas para Jesus e a articulação de agendas, como a entrevista de Lula ao podcast Papo de Crente, reforçam esse papel. Agora, Messias terá o desafio de ampliar suas pontes com o Senado para assegurar sua aprovação e iniciar seu mandato no STF, onde poderá permanecer por até 30 anos.






