Durante reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), nesta terça-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chorou ao lembrar da fome que enfrentou na infância e juventude. Em discurso no Palácio do Planalto, Lula defendeu que o combate à insegurança alimentar seja prioridade do Estado e fez uma declaração forte: “Num governo que tiver alguém passando fome, tem que decapitar o presidente.”
O presidente reforçou a necessidade de transformar o combate à fome em um compromisso constitucional. Sem citar diretamente Jair Bolsonaro, Lula sugeriu que uma mudança de governo poderia levar o país de volta à insegurança alimentar. “Se deixar o governo e entrar uma coisa qualquer nesse país, a fome volta outra vez. Porque não é prioridade”, afirmou.
Lula se emocionou ao lembrar do início da vida profissional, nos anos 1960, quando trabalhava em uma metalúrgica em São Bernardo do Campo (SP). “Os companheiros ofereciam lanche, e eu dizia que não estava com fome. Cada vez que eles mordiam um sanduíche de mortadela, eu imaginava mordendo também. Mas não tinha coragem de dizer que estava com fome.” Ele contou ainda que só comeu pão pela primeira vez aos sete anos.
No mesmo evento, Lula também criticou a decisão dos Estados Unidos de sobretaxar produtos brasileiros em 50%, reprovando a postura do ex-presidente Donald Trump. Apesar disso, disse que pretende convidar o republicano para a COP 30, em Belém, em novembro. “Não vou ligar para o Trump para negociar, porque ele não quer conversar. Mas vou ligar para convidá-lo para a COP, quero saber o que ele pensa da questão climática”, disse Lula.