O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se desdobrado para ajustar as contas públicas enquanto busca atender a diversos interesses de classe. Em entrevista ao GloboNews Mais, Haddad destacou os desafios enfrentados pelo governo, como a resistência de empresários que não querem abrir mão de privilégios, trabalhadores que lutam por direitos e as complexidades da dinâmica política entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. “O maestro dessa orquestra, o presidente, está processando tudo de maneira para além do possível. Ele faz um esforço enorme para coordenar ações e alcançar os melhores objetivos”, afirmou.
Haddad também comentou a recente decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros para 14,25% ao ano, destacando que não se surpreendeu com a medida. Ele elogiou o presidente do BC, Gabriel Galípolo, indicado por Lula, como uma pessoa “muito séria” e comprometida com a meta de inflação. “Galípolo tem um compromisso com a coerência das medidas do BC para cumprir seu mandato, que é trazer a inflação para a meta”, disse. O ministro reforçou a confiança do governo no novo comandante da autoridade monetária.
Além disso, Haddad abordou os projetos econômicos enviados ao Congresso, como a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco mil reais mensais e a revisão de isenções fiscais para compensar o impacto na arrecadação, estimado em 28 bilhões de reais. Ele criticou a injustiça de quem ganha um milhão de reais por ano e paga menos de 10% de IR, defendendo medidas mais justas. Apesar da queda na aprovação junto ao mercado financeiro, Haddad reiterou o compromisso do governo em honrar promessas e buscar soluções equilibradas para a economia.