O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o escândalo de fraudes nos descontos de aposentadorias do INSS repercute no governo por conta da autonomia das instituições de controle. Em entrevista ao Canal UOL, ele destacou que a investigação conduzida pela Controladoria-Geral da União (CGU) foi encaminhada à Polícia Federal, o que garante isenção na apuração dos desvios que chegam a R$ 6,3 bilhões. “Quando a PF está envolvida, não se trata mais de um governo. É o Estado brasileiro reprimindo o crime”, afirmou.
O esquema de descontos indevidos a aposentados e pensionistas por parte de associações e sindicatos teve início em 2016, se intensificou em 2019 e explodiu durante o atual governo. Haddad reforçou que, além das punições criminais, será feita uma checagem para garantir o ressarcimento de quem foi lesado. Segundo ele, o presidente Lula determinou “punição exemplar” aos responsáveis, classificando o episódio como “indigno”.
Na mesma entrevista, Haddad demonstrou otimismo com a economia e afirmou que o Brasil pode encerrar o governo Lula com crescimento médio de 3% ao ano. Mesmo com os juros altos, projeta um avanço do PIB de cerca de 2,5% em 2025. O ministro também voltou a defender a reforma do Imposto de Renda, que prevê isenção para 15 milhões de brasileiros e aumento de tributos sobre 141 mil super-ricos: “É a primeira vez que um governo muito progressista apresenta uma proposta de justiça fiscal”, declarou.