O programador João Nazareno Roque, funcionário da empresa C&M Softwares, revelou em depoimento à polícia como ajudou, ainda que supostamente sem saber, a viabilizar o maior ataque hacker já registrado contra o sistema financeiro nacional. Preso nesta semana, ele detalhou que criminosos o convenceram a entregar suas credenciais de acesso em troca de um pagamento inicial de R$ 5 mil.
Com os dados em mãos, a quadrilha conseguiu invadir o sistema da empresa e, posteriormente, acessar contas-reserva da instituição financeira BMP, de onde foram desviados cerca de R$ 541 milhões. João também teria instalado códigos maliciosos nos servidores, seguindo orientações dos criminosos que o abordaram.
O delegado Paulo Eduardo Barbosa, que conduz o caso, afirma que João admitiu ter participado do esquema, mas a defesa alega que ele foi enganado. “Nosso cliente não imaginava a dimensão do crime. Pensou estar prestando um serviço técnico sem maiores consequências”, disse um dos advogados do programador.
As autoridades continuam investigando a origem e a rota dos valores desviados, além de buscar a identificação dos demais envolvidos no crime cibernético. O episódio reacende o debate sobre a vulnerabilidade de sistemas financeiros e a necessidade de reforço na segurança digital de empresas prestadoras de serviço ao setor bancário.