O primeiro dia de desfiles das escolas de samba de São Paulo foi repleto de emoção, críticas sociais e homenagens marcantes. A Acadêmicos do Tatuapé chamou a atenção com um carro alegórico que questionava “A vida presta?”, em referência a uma frase da atriz Fernanda Torres. O abre-alas da escola também chocou ao apresentar a imagem de um homem enforcado, refletindo sobre sistemas primitivos de justiça e execuções. Com o enredo “Justiça – A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar”, a escola trouxe uma reflexão profunda sobre desigualdades e violência.
A Dragões da Real emocionou o público ao homenagear Jorginho Freitas, neto do carnavalesco Jorge Freitas, que faleceu aos oito anos após lutar contra uma doença rara. Um carro alegórico dedicado ao menino foi um dos pontos altos do desfile. “Ele estará sempre comigo em todos os momentos”, disse Jorge Freitas, visivelmente emocionado. Já a Barroca Zona Sul passou por um sufoco: uma falha no segundo carro alegórico atrasou a escola, que conseguiu fechar o desfile faltando apenas um segundo para o tempo acabar.
O universo lúdico e tecnológico também esteve presente. A Rosas de Ouro transformou o sambódromo em um grande cassino, com destaque para os icônicos personagens Mario e Luigi no último carro. A Camisa Verde e Branco homenageou Cazuza, destacando a luta contra o HIV com baianas carregando um grande laço vermelho. Além disso, musas e rainhas de bateria roubaram a cena com fantasias ousadas e transparentes, enquanto Muriel Quixabá, da Acadêmicos do Tatuapé, desfilou com óculos tecnológicos controlados por um dispositivo em suas mãos. O primeiro dia de desfiles em São Paulo mostrou que o Carnaval 2025 promete muita criatividade, emoção e reflexão.