O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que está atuando para que os senadores brasileiros que foram aos Estados Unidos tentar negociar a suspensão das novas tarifas impostas por Donald Trump “não encontrem diálogo”. Segundo ele, os parlamentares, tanto da base quanto da oposição, ignoram a “crise institucional” no Brasil e não representam soluções eficazes. “Eu trabalho para que eles não encontrem diálogo, porque sei que, vindo desse tipo de pessoa, só haverá acordos meio-termo, que não são nem certos, nem errados”, disse ao SBT News.
Eduardo também comentou sobre o cenário político entre Brasil e Estados Unidos, afirmando que o presidente americano estaria reagindo a supostas violações de direitos e perseguições contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em sua declaração, atacou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e afirmou que agora ele “enfrenta um adversário à altura” ao lidar com Trump. “Se ele acha que vai intimidar o Trump, dobrando a aposta, lamentavelmente haverá mais sofrimento por parte dessas autoridades brasileiras”, completou.
Enquanto isso, uma comitiva de senadores liderada por Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores, está nos EUA tentando evitar que o tarifaço entre em vigor. Eles se reúnem nesta terça-feira (29) com deputados dos partidos Democrata e Republicano, buscando apoio para convencer o governo americano a rever a medida. O grupo também teve encontros com empresários e representantes de grandes companhias dos setores farmacêutico, tecnológico, energético e de transportes.
A sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras está prevista para começar a ser cobrada em três dias, e ainda não há sinal de acordo. Segundo apurou a imprensa, o governo Lula tenta excluir alimentos e a Embraer da nova taxação. Embora o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também esteja nos EUA, ele ainda não foi recebido por representantes da Casa Branca. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, junto com o vice-presidente Geraldo Alckmin, apresentou ao presidente Lula um plano de ajuda aos setores mais afetados pela medida.