O Brasil tem avançado na redução da desigualdade nas últimas duas décadas, contrariando uma tendência global. Esse movimento pode se intensificar com a proposta de taxação dos super-ricos atualmente em discussão no Congresso Nacional, embora haja preocupações sobre os possíveis efeitos na movimentação de capitais para o exterior.
O projeto de reforma do Imposto de Renda prevê a ampliação da faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil, além de criar descontos parciais para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7,35 mil. Para equilibrar a arrecadação, a proposta estabelece cobrança progressiva para quem recebe mais de R$ 600 mil ao ano, com alíquota máxima de 10% para rendas superiores a R$ 1,2 milhão. Também está prevista a taxação de lucros e dividendos acima de R$ 50 mil mensais, inclusive os enviados para o exterior.
A votação do texto teve tramitação acelerada com a aprovação de regime de urgência, mas foi adiada temporariamente enquanto a Câmara dos Deputados se concentrava na análise de outra pauta, posteriormente derrubada pelo Senado. A expectativa é que o debate em torno da reforma continue sendo um dos principais focos no Congresso.
A discussão sobre a desigualdade também está presente em obras recentes de economistas internacionais. Em livro lançado no Brasil, um dos principais estudiosos do tema analisa como o pensamento econômico sobre desigualdade evoluiu ao longo dos séculos, destacando a importância da análise de classes e do papel das elites. O autor também discute o impacto da ascensão de países asiáticos na economia global e como isso tem influenciado as dinâmicas políticas e sociais no Ocidente.






