A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado será instalada nesta terça-feira (4) no Senado Federal. O colegiado foi criado para investigar a estrutura, a expansão e o financiamento de facções criminosas e milícias em todo o país. A instalação ocorre após a operação do governo do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que resultou em mais de cem mortes e reacendeu o debate sobre segurança pública.
A composição da CPI reflete o equilíbrio entre governo e oposição, que indicaram senadores experientes para os cargos principais. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) deve ser confirmado como relator, enquanto o nome do presidente será definido durante a sessão de abertura. A disputa pelo comando é considerada estratégica, já que o grupo pretende pautar discussões sensíveis para o Palácio do Planalto.
O governo tenta garantir a presidência para nomes aliados, como Jaques Wagner (PT-BA) e Fabiano Contarato (PT-ES). Já a oposição aposta em figuras de destaque, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Sergio Moro (União-PR), com o objetivo de reforçar o discurso de combate ao crime e à violência.
A CPI terá duração inicial de 120 dias e deve ouvir autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil. Entre os temas centrais estão o financiamento de facções, o domínio territorial de milícias e a possível infiltração dessas organizações em estruturas do poder público.






