Monitorado por tornozeleira eletrônica desde sexta-feira (19), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permaneceu em casa no fim de semana, em Brasília, onde manteve contato telefônico com aliados, como o líder do partido na Câmara, Sóstenes Cavalcante, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o pastor Silas Malafaia. Segundo relatos, Bolsonaro demonstrou disposição para manter a mobilização da base mesmo durante o recesso parlamentar.
Apesar das restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro deve participar nesta segunda-feira (22) de uma entrevista coletiva no Congresso, ao lado de parlamentares do PL e do Novo. O grupo pretende apresentar uma reação política à decisão do ministro Alexandre de Moraes, que impôs a tornozeleira e proibiu Bolsonaro de ter contato com alguns aliados, incluindo o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
A oposição estuda manter atividades mesmo durante o recesso informal, já que a Lei de Diretrizes Orçamentárias ainda não foi votada. Segundo Sóstenes, a ideia é preservar o funcionamento das comissões de Relações Exteriores e Segurança da Câmara e realizar atos públicos caso haja impedimentos para reuniões no plenário. “Se nos proibirem, alugamos uma caixa de som”, disse o deputado.
Na sexta-feira, líderes da oposição chegaram a pedir a interrupção do recesso para que o Congresso se posicionasse diante da decisão de Moraes, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), negou o pedido. Para o senador Carlos Portinho (PL-RJ), a operação da Polícia Federal contra Bolsonaro representa “perseguição política” e reforça a percepção, entre bolsonaristas, de que o Congresso estaria sendo subjugado por decisões do Judiciário.