O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Antonio José Campos Moreira, afirmou ter recebido com surpresa a suspeita de que informações sigilosas da Operação Zargun possam ter sido repassadas ao então deputado estadual TH Joias a partir da Assembleia Legislativa do Rio. Ele disse que, até o momento, nenhuma apuração conduzida pelo Ministério Público indicava participação da Casa no episódio.
A manifestação ocorreu após a prisão do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, realizada pela Polícia Federal nesta quarta-feira. Bacellar é investigado por supostamente ter alertado TH Joias, em setembro, sobre mandados que seriam cumpridos contra ele. O procurador lembrou que, na data da operação, houve dificuldade para localizar o ex-parlamentar e que o imóvel onde ele vivia apresentava sinais de abandono, fato que motivou uma apuração interna.
O mandado de prisão contra Bacellar foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que também determinou o afastamento do deputado da presidência da Assembleia. Na decisão, Moraes citou indícios de que o parlamentar teria atuado para interferir em investigações relacionadas ao crime organizado e buscado obstruir ações policiais. Mais de R$ 90 mil foram apreendidos no carro utilizado por Bacellar ao chegar à superintendência da PF no Rio.
As investigações envolvendo TH Joias apontam suspeitas de tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e negociação de armas para o Comando Vermelho. Ele perdeu o mandato após a prisão, ocorrida em setembro. A Alerj afirmou que ainda aguarda ser formalmente comunicada sobre a operação desta quarta-feira. Já a defesa de Bacellar sustenta que ele não repassou informações sigilosas e classifica a prisão como desproporcional.






