A defesa de Maicol Sales dos Santos, principal suspeito de assassinar a adolescente Vitória Regina de Souza, questionou a legalidade da confissão feita pelo acusado. Na última segunda-feira (17), a Polícia Civil informou que Maicol teria confessado o crime, o que, segundo os delegados, esclareceu a autoria e o motivo do assassinato. No entanto, os advogados do suspeito alegam que a confissão pode ter sido obtida sob coação e que não foram informados previamente sobre a intenção do cliente de se manifestar.
O advogado Flávio Ubirajara afirmou que Maicol relatou ter sido submetido a “forte pressão psicológica”, o que poderia configurar coação. Ele também destacou que a suposta confissão ocorreu durante o horário noturno e sem a presença dos advogados constituídos, o que violaria o devido processo legal. Especialistas em direito criminal ouvidos pelo g1 explicaram que, embora uma confissão extrajudicial possa ser feita sem a presença de um advogado, ela precisa ser espontânea e voluntária para ser válida. Caso contrário, pode ser considerada inválida e precisará ser ratificada em juízo, com a assistência de um defensor.
Enquanto isso, a investigação continua com a análise de possíveis vestígios ligados ao crime. Um fio de cabelo encontrado no carro de Maicol e uma mancha que pode ser de sangue estão sendo examinados para confirmar se têm relação com Vitória. A polícia também investiga uma casa usada pelo suspeito, que pode ter servido como cativeiro. Os resultados da perícia, no entanto, ainda não foram divulgados. A defesa de Maicol promete tomar as medidas cabíveis para garantir que os direitos do acusado sejam respeitados e que a verdade prevaleça.