Em uma entrevista franca e sem filtros ao jornalista Leo Dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro abordou temas polêmicos, incluindo os eventos de 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro afirmou que, meses antes, já havia alertado seus apoiadores sobre os riscos de ocupar prédios públicos, mas defendeu o direito de manifestação. Ele revelou que decidiu viajar para os Estados Unidos antes do ocorrido, alegando que sentiu um “clima estranho” no ar. “Eu viajei porque senti que uma coisa esquisita poderia acontecer”, disse. O ex-presidente também negou qualquer envolvimento nos atos, classificando-os como “vandalismo esquematizado pela esquerda” e chamando os participantes de “pobres coitados manipulados”.
Um dos momentos mais impactantes da entrevista foi quando Bolsonaro admitiu que cogitou decretar estado de sítio após sua derrota nas eleições de 2022. Ele explicou que a medida foi discutida como uma possibilidade dentro dos limites legais, mas nunca chegou a ser implementada. “Dentro dos limites legais, discutimos alternativas e, entre elas, cogitamos o estado de sítio”, afirmou. O ex-presidente também negou veementemente as acusações de um suposto plano para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, classificando-as como absurdas e sem fundamento.
Bolsonaro ainda falou sobre sua decisão de não tomar a vacina contra a Covid-19, afirmando que seria uma “humilhação” se tivesse se vacinado escondido. Ele expressou desconfiança em relação ao método mRNA das vacinas, mas destacou que não está preocupado com os efeitos colaterais. Por fim, o ex-presidente elogiou sua esposa, Michelle, como uma potencial candidata à presidência, brincando que não gostaria de ser chamado de “primeiro-cavalheiro” caso ela vença as eleições. A entrevista, repleta de declarações polêmicas, gerou grande repercussão e debate nas redes sociais.