O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22) em sua casa, em Brasília, e levado à sede da Polícia Federal. A decisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a PF apontar risco de fuga e violação das medidas cautelares impostas ao ex-presidente. Bolsonaro passará por audiência de custódia neste domingo (23). A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu parecer favorável à prisão.
Moraes afirmou que a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro apresentou violação por volta da meia-noite, indicando possível tentativa de descumprimento das restrições. O ministro também citou como risco à ordem pública uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente à residência do pai, o que, segundo ele, poderia criar tumulto e facilitar uma eventual fuga. O magistrado relembrou episódios anteriores, incluindo a permanência de Bolsonaro na Embaixada da Hungria em 2024 e planos de buscar asilo na Embaixada da Argentina.
A defesa de Bolsonaro criticou a decisão, classificando a prisão preventiva como “perplexa” e alegando risco à saúde do ex-presidente. O PL também se manifestou, afirmando que a medida é desnecessária. A Primeira Turma do STF analisará a ordem de prisão na segunda-feira (24), mas até lá Bolsonaro permanece detido sem prazo para liberação, já que a prisão preventiva não tem duração determinada.
Detido por volta das 6h, Bolsonaro foi levado para uma “sala de Estado” na Superintendência da PF no Distrito Federal, espaço reservado a autoridades. O local possui cama, mesa, banheiro privativo e frigobar — estrutura semelhante à da sala ocupada pelo presidente Lula quando esteve preso em Curitiba. A prisão preventiva não está ligada diretamente à pena de 27 anos a que Bolsonaro foi condenado por tentativa de golpe; os recursos ainda estão em andamento, e o cumprimento da pena dependerá do trânsito em julgado.






