O ex-presidente Jair Bolsonaro tem defendido publicamente um projeto de anistia para participantes dos atos de 8 de janeiro de 2023, mesmo após se tornar réu no STF por tentativa de golpe. A proposta, que tramita na Câmara desde 2022, busca perdoar “manifestantes” que participaram de protestos a partir do segundo turno das eleições – texto que especialistas alertam poder beneficiar inclusive organizadores dos ataques às instituições.
O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), já sinalizou resistência: “Não é pauta das ruas”, afirmou, destacando que o tema só serviria para reacender divisões sociais. Apesar disso, partidos do Centrão como PP, Republicanos e PSD mantêm articulações nos bastidores para viabilizar a proposta, com aliados de Bolsonaro buscando consolidar pelo menos 300 votos favoráveis na Câmara.
Analistas consideram improvável a aprovação no cenário atual. Além da falta de apelo popular, a baixa adesão aos recentes atos bolsonaristas e o risco de confronto com o STF desestimulam a pauta. Enquanto isso, o projeto segue como moeda de troca nas negociações políticas, mas sem força para avançar concretamente no Legislativo.