Após encontro no último sábado (14) com o presidente Lula e os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil), o governo federal acelerou a liberação de emendas parlamentares. Segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), o valor empenhado subiu de R$ 152 milhões na sexta-feira para R$ 667 milhões nesta terça-feira (17).
A maior parte dos recursos – R$ 535 milhões – foi destinada à área da saúde, atendendo, principalmente, às chamadas “emendas panetone”. Essas verbas haviam sido prometidas no fim de 2023 para parlamentares que apoiassem o governo em pautas econômicas e agora vinham sendo apelidadas de “emendas fubá” devido à demora no pagamento.
A movimentação ocorre em meio à crescente pressão de parlamentares sobre o Palácio do Planalto. Segundo interlocutores, prefeitos vêm cobrando os deputados pelo repasse dos recursos, o que tem gerado desconforto inclusive entre aliados do governo. Em resposta, Gleisi Hoffmann chegou a pedir um “mutirão” dos ministérios para acelerar os repasses.
Os ministros justificaram a lentidão no processo com dois fatores: o atraso na sanção da Lei Orçamentária Anual, ocorrida apenas em abril, e a nova sistemática de liberação imposta pelo Supremo Tribunal Federal, que tornou o trâmite mais rígido. A promessa do Planalto é liberar até R$ 2 bilhões em emendas até o fim de junho.