O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, deixou o país no domingo (12) em meio a uma intensa onda de protestos liderados pela Geração Z e ao apoio de setores das Forças Armadas ao movimento. A situação política se agravou após militares desertarem e se unirem às manifestações, que vinham sendo realizadas desde setembro nas ruas da capital, Antananarivo.
A mobilização, que acompanha um movimento global de engajamento político da juventude, ganhou força quando tropas militares se alinharam aos manifestantes e anunciaram o controle das Forças Armadas. Em resposta, milhares de jovens tomaram as ruas da capital para comemorar o que consideram uma vitória popular contra o governo.
Com a ausência do presidente, o comando do país será assumido interinamente pelo presidente do Senado, como prevê a legislação local. No entanto, a liderança anterior da casa foi removida nesta segunda-feira (13), e Jean André Ndremanjary foi indicado para ocupar o cargo temporariamente, segundo comunicado oficial.
Os militares anunciaram que todas as ordens das forças terrestres, aéreas e marítimas passarão a ser coordenadas a partir do quartel-general do CAPSAT. O governo, por sua vez, afirmou em nota nas redes sociais que estava enfrentando uma tentativa de tomada de poder e que a solução para a crise deveria ser encontrada por meio do diálogo.