O Ministério Público de Goiás (MPGO) ingressou com uma ação civil pública contra a WePink, empresa de cosméticos da influenciadora Virginia Fonseca, por supostas práticas abusivas e irregularidades no atendimento ao consumidor. A ação, protocolada na quarta-feira (8), aponta que a marca acumula mais de 90 mil reclamações apenas em 2024 no site Reclame Aqui, além de centenas de denúncias formais registradas no Procon Goiás entre 2024 e 2025.
Segundo o MP, a investigação revelou uma série de falhas no funcionamento da empresa, como atrasos prolongados na entrega de produtos, ausência de reembolso, venda sem estoque disponível e exclusão de críticas negativas nas redes sociais. Também foram relatados casos de produtos defeituosos e atendimento automatizado ineficiente, o que teria agravado os transtornos enfrentados pelos consumidores.
Entre as medidas solicitadas pelo órgão, está a suspensão temporária das lives promocionais realizadas pela marca até que todas as entregas pendentes sejam concluídas. O MPGO também exige a criação de um canal de atendimento humano com resposta rápida, a implementação de um sistema de reembolso em até sete dias e a aplicação de multa diária em caso de descumprimento. O pedido inclui ainda uma indenização por dano moral coletivo de R$ 5 milhões, valor que seria destinado ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor.
O Ministério Público sustenta que os proprietários da WePink devem ser responsabilizados pelos prejuízos causados, alegando que participaram ativamente das estratégias de venda e tinham conhecimento das falhas operacionais. A ação também critica o uso da imagem de Virginia Fonseca nas campanhas da marca, apontando que o alcance da influenciadora e o formato de “ofertas-relâmpago” teriam estimulado compras impulsivas e contribuído para o aumento das reclamações.