O deputado Paulinho da Força (Solidariedade) foi designado para elaborar o parecer da nova proposta de anistia, cuja urgência foi aprovada na noite de quarta-feira (17). Com a medida, o projeto poderá ser votado diretamente no plenário da Câmara, sem necessidade de tramitar por comissões. Aliados estimam que o relatório esteja pronto em até duas semanas e que a proposta contemple redução das penas, sem conceder perdão total pelos crimes.
O parlamentar tem trânsito amplo no Legislativo e no Judiciário, mantendo diálogo com integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial com o ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos sobre os atos de 8 de janeiro de 2023.
O deputado tem se distanciado do governo Lula, embora tenha apoiado sua eleição em 2022. Segundo aliados, o afastamento começou durante a transição de governo, quando o Solidariedade ficou de fora da distribuição de cargos, e se intensificou devido à falta de interlocução do Planalto com a sigla. Paulinho também já sinalizou que não apoiará Lula em 2026 e tem participado de articulações com candidaturas de centro-direita, como a de Ronaldo Caiado (União) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
A anistia é uma prioridade da oposição no Congresso, que defende perdão amplo, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entretanto, aliados de Paulinho e líderes do Centrão pretendem reduzir o alcance do projeto. A aprovação da urgência, com 311 votos favoráveis e 163 contrários, agiliza a tramitação e atende à pressão de grupos aliados de Bolsonaro, especialmente após a condenação do ex-presidente por tentativa de golpe, reunindo apoios de parlamentares do Centrão e do governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).