A Operação Fruto Envenenado, deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Mato Grosso do Sul (FICCO/MS), apontou que Jaqueline Maria Afonso Amaral, esposa do cantor sertanejo Diego, da dupla Henrique e Diego, teria atuado como responsável por movimentar recursos do Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com a investigação, ela utilizava parentes e pessoas próximas como laranjas para ocultar valores ligados à facção criminosa.
Segundo a Polícia Federal, Jaqueline manteve, entre 2018 e 2022, movimentações que ultrapassaram R$ 3 milhões. Os valores, de acordo com os investigadores, serviam tanto para sustentar um padrão elevado de vida quanto para auxiliar no esquema de lavagem de dinheiro da organização criminosa. Durante as buscas, foram apreendidos veículos, incluindo um de luxo, além de bloqueio judicial de R$ 2,7 milhões em contas vinculadas à investigada.
A defesa da esposa do sertanejo nega qualquer ligação com atividades ilegais e afirma que ela foi surpreendida com a operação. Em nota, os advogados ressaltaram que Jaqueline se afastou de seu antigo relacionamento com um dos chefes do PCC há vários anos, constituindo uma nova família e mantendo, atualmente, atividades empresariais legais. A defesa também destacou que ela colaborou com as autoridades, entregando voluntariamente seu celular e senhas de acesso.
Antes do casamento com Diego, Jaqueline viveu por duas décadas ao lado de Júlio César Guedes de Morais, conhecido como “Julinho Carambola”, apontado como um dos líderes da alta cúpula do PCC e braço direito de Marcola. Carambola é citado em investigações como mandante de execuções, entre elas o assassinato do juiz Antonio José Machado Dias, em 2003, em São Paulo.