O Brasil está oficialmente fora do Mapa da Fome da ONU, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (28). A nova edição do documento, que analisa dados do triênio 2022–2024, indica que menos de 2,5% da população brasileira vive em situação de subalimentação — limite máximo para exclusão da lista. O país havia retornado à classificação de insegurança alimentar grave no período de 2018 a 2020, após ter saído pela primeira vez em 2014.
O resultado foi apresentado durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares das Nações Unidas, que ocorre até o dia 29 em Adis Abeba, na Etiópia. O estudo, elaborado pela FAO, braço da ONU para a alimentação e agricultura, mostra que o Brasil obteve avanços relevantes na redução da pobreza e do desemprego, dois fatores diretamente ligados ao combate à fome.
Entre os destaques estão a queda da pobreza extrema para 4,4% em 2023, o menor nível já registrado, e a redução da taxa de desemprego para 6,6% em 2024, também a menor desde 2012. O rendimento médio mensal das famílias atingiu o valor recorde de R$ 2.020 por pessoa, e o índice de desigualdade social também teve leve recuo.
Apesar dos avanços, o país ainda enfrenta desafios. O preço dos alimentos e bebidas subiu 7,81% em 12 meses até abril, pressionando o orçamento das famílias mais pobres. Especialistas afirmam que a fome no Brasil não é causada por falta de alimentos, mas por desigualdade no acesso e baixa capacidade de compra, o que reforça a importância de políticas públicas para garantir segurança alimentar a todos.