Durante a Missa de Sétimo Dia de Preta Gil, realizada nesta segunda-feira (28) na Paróquia Santa Mônica, no Leblon, o cantor Gilberto Gil prestou uma emocionante homenagem à filha. Ao lado da esposa, Flora Gil, e do neto Francisco, Gil ressaltou que a despedida de Preta, aos 50 anos, deixa um legado de amor, luta e sensibilidade. “A partida dela também tem essa contribuição, contribui para nós sermos mais amorosos e mais afetivos”, disse o artista, profundamente comovido.
Gil destacou o longo período de tratamento enfrentado por Preta desde o diagnóstico de câncer em 2022. “Foram dois anos. A ficha foi caindo aos poucos, para todos nós. Houve um sofrimento muito grande dela, e é isso que mais nos pesa”, afirmou. Segundo ele, apesar da dor, a luta de Preta foi marcada por coragem e lucidez. “Ela acompanhou de perto esse processo, com muita força e entrega.”
O cantor falou também sobre o poder da memória e da presença afetiva deixada por Preta. “A lembrança dela vai ficar permanentemente conosco, com todos nós. A nação inteira nutriu um carinho muito grande por ela. Cada reunião familiar, cada encontro entre amigos, será um momento de lembrança e amor”, afirmou Gil, ao elogiar a conexão da filha com o público e com a vida.
Por fim, Gil refletiu sobre a importância da afetividade num mundo cada vez mais fragmentado. “Vivemos tempos de escassez de afeto, de manipulação das emoções. A lembrança de Preta circulando entre nós, com sua energia, sua luz, é um consolo. A memória dela nos ajuda a reencontrar o caminho da sensibilidade, do cuidado e do amor.”