Uma comitiva de oito senadores brasileiros chegou neste fim de semana a Washington para tentar negociar com autoridades, parlamentares e empresários americanos a suspensão ou o adiamento da tarifa de 50% que os Estados Unidos anunciaram sobre produtos do Brasil. A medida, que deve entrar em vigor no próximo dia 1º de agosto, foi imposta pelo presidente Donald Trump e representa o maior aumento tarifário entre os 26 países atingidos pelas novas diretrizes comerciais.
Sem canal direto com a Casa Branca, os senadores buscam apoio no Congresso americano e no setor empresarial dos EUA. A agenda inclui encontros com parlamentares democratas e republicanos, empresários e representantes da sociedade civil. O grupo é formado por nomes de diferentes partidos, como Nelsinho Trad (PSD-MS), Tereza Cristina (PP-MS), Jaques Wagner (PT-BA), Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Carvalho (PT-SE), Carlos Viana (Podemos-MG), Fernando Farias (MDB-AL) e Esperidião Amin (PP-SC).
Segundo os parlamentares, o objetivo é demonstrar o impacto negativo da medida sobre as duas economias e tentar sensibilizar os setores que mantêm relações comerciais com o Brasil. “Vamos construir pontes e não muros”, afirmou Rogério Carvalho. Já Nelsinho Trad destacou que muitos parlamentares americanos são de estados que mantêm negócios diretos com o Brasil e que também seriam prejudicados com as tarifas.
Enquanto isso, o governo brasileiro segue com dificuldades para estabelecer diálogo direto com a Casa Branca. O presidente Trump está fora do país, em viagem oficial à Escócia, e não há previsão de encontro com representantes do governo dos EUA. O vice-presidente Geraldo Alckmin tem tentado intermediar conversas diplomáticas, mas ainda sem sucesso. A imposição das tarifas ocorre em meio a tensões políticas, incluindo críticas de Trump ao Supremo Tribunal Federal brasileiro e à ação penal contra Jair Bolsonaro.






