O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (5) que enviou R$ 2 milhões para o filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive nos Estados Unidos. Segundo ele, o valor veio dos R$ 17 milhões arrecadados via Pix por apoiadores e seria para garantir o “bem-estar” de Eduardo e seus dois filhos no exterior.
“Lá fora tudo é mais caro. Não quero que ele passe por dificuldade”, disse Bolsonaro ao deixar a sede da Polícia Federal, em Brasília.
O ex-presidente prestou depoimento por cerca de duas horas em inquérito que apura se Eduardo atuou para pressionar o governo dos EUA, especialmente aliados de Donald Trump, a adotar sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal. A Procuradoria-Geral da República investiga possíveis crimes como coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito.
Bolsonaro negou envolvimento nas articulações e afirmou que o filho atua em defesa da “democracia e da liberdade de expressão”.
Ele também confirmou uma reunião, em maio, com o conselheiro sênior do Departamento de Estado dos EUA, mas não revelou o conteúdo. Sobre a deputada Carla Zambelli (PL-SP), considerada foragida após deixar o país com uma condenação de 10 anos, Bolsonaro afirmou: “Não tenho nada a ver com isso, nem Pix eu fiz”.
Nos bastidores do STF, ministros avaliam que Bolsonaro tem adotado postura cautelosa e o consideram um “bom réu” por acompanhar os trâmites judiciais, diferentemente de Zambelli.