A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos reconheceu nesta quinta-feira (22) a ex-presidente Dilma Rousseff como anistiada política pelas violações que sofreu durante a ditadura militar. A decisão foi unânime e prevê o pagamento de uma indenização de R$ 100 mil, valor máximo permitido, além de um pedido formal de desculpas do Estado brasileiro pelas prisões, torturas e perseguições enfrentadas por Dilma nos anos 1970.
Dilma foi presa aos 22 anos por atuar em uma organização de resistência ao regime militar. Durante os quase três anos em que esteve detida, foi submetida a diversas sessões de tortura. Segundo sua defesa, ela também foi impedida de concluir seus estudos em economia e forçada a deixar um cargo público anos depois, em decorrência da repressão do regime. A anistia, segundo o relator Rodrigo Lentz, é um instrumento de reparação e não deve ser confundida com impunidade.
O pedido de anistia havia sido protocolado em 2002, mas só voltou a avançar após o fim do governo Bolsonaro. Atualmente, Dilma vive na China, onde preside o Novo Banco de Desenvolvimento, nomeada pelo presidente Lula. Ela já recebeu indenizações de anistia nos estados do RS, RJ e SP, que totalizam R$ 72 mil — valores que, segundo sua assessoria, são doados a causas sociai