O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira pela condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão e pela perda de seu mandato, acusada de participar da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro de 2023. O hacker Walter Delgatti, que colaborou com as investigações, recebeu proposta de pena de 8 anos e 3 meses. O julgamento, que ocorre no plenário virtual, segue até 16 de junho, com votos pendentes dos ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux.
Em seu voto, Moraes destacou que Zambelli agiu de forma “premeditada e organizada”, inserindo 16 documentos falsos no sistema do CNJ — incluindo um mandado de prisão fraudulento contra o próprio ministro. O relator vinculou o caso aos ataques de 8 de janeiro, afirmando que as ações faziam parte de uma estratégia de desestabilização do Judiciário. Provas técnicas mostram que a deputada acessou um arquivo criado por Delgatti 22 segundos após sua elaboração.
A defesa de Zambelli alega injustiça e ausência de provas “irrefutáveis”, atribuindo os crimes exclusivamente ao hacker. Delgatti, porém, confirmou a participação da parlamentar, citando apoio financeiro e promessas de emprego. Zambelli responde a outro processo no STF por porte ilegal de arma, onde já há maioria para sua condenação a 5 anos e 3 meses de prisão. A decisão final aguarda o voto do ministro Nunes Marques.