O ex-presidente Jair Bolsonaro foi submetido a uma complexa cirurgia de doze horas no Hospital DF Star, em Brasília, para desfazer aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal. O procedimento, classificado como de “grande porte”, corrigiu uma obstrução no intestino delgado — sequela do atentado a faca sofrido em 2018. A equipe médica, liderada pelo cirurgião Claudio Birolini, realizou uma laparotomia exploratória para liberar o trânsito intestinal e reforçar a musculatura abdominal.
Bolsonaro foi encaminhado à UTI em estado estável, sem dor e sem necessidade de transfusão sanguínea. Esta é a quarta intervenção relacionada a complicações intestinais desde o atentado — em 2021, 2023 e agora em 2024. A decisão pela cirurgia em Brasília, contra a preferência de alguns assessores por São Paulo, foi tomada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que acompanhou todo o processo. “Toda cirurgia intestinal é delicada, especialmente em pacientes com histórico como o dele”, afirmou a senadora Damares Alves.
O ex-presidente começou a passar mal durante evento no Rio Grande do Norte na sexta-feira, com “distensão abdominal exuberante” e desidratação grave. Após atendimento emergencial em Santa Cruz, foi transferido para Natal e depois a Brasília. O médico Birolini destacou que este foi o quadro mais grave desde o atentado. A obstrução intestinal — que impede a passagem de fezes — já havia levado Bolsonaro a internações em 2021 e 2023, esta última também com intervenção cirúrgica.